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sábado, 18 de setembro de 2010

Escrevendo mentiras



Escrever sempre ajuda. É muito bom escrever. Até me arrisco a dizer que escrever resolve tudo, qualquer problema, dor, dúvida ou tristeza.

É bom colocar o que a gente sente pra fora. E é só colocando pra fora que a gente se pergunta porque estávamos guardando tudo aquilo. Quando tudo parecer perdido, quando não encontrarmos mais saída, quando a angústia parecer tomar conta, só nos resta ir ao encontro das palavras.

Escrever é tipo o nosso “último recurso”. É o que nos resta, quando as coisas estão dando errado. É a nossa salvação.

Mas e onde entra a verdade nisso tudo? Aí é que está a questão. Quem disse que somos obrigados a escrever coisas sinceras? As palavras são sempre sinceras, mas a ordem ou seqüência que damos a elas, nem sempre. Nós precisamos é ser sinceros com a gente mesmo e mais ninguém. Quando escrevemos, somos livres pra criar, fantasiar, imaginar, supor, brincar, rimar, embutir mensagens subliminares...

Tudo bem que eu prefira e defenda a sinceridade permanente, mas isso nem sempre é possível. Como eu disse, escrever é pra ajudar. E quem sabe escrevendo mentiras a gente não entenda melhor a verdade? Escrever mentiras pode nos ajudar a lidar com a verdade, nos faz refletir melhor, sem grandes obrigações. De repente, escrever como deveria ter sido e não foi, pode nos ajudar a fazer o certo futuramente.

Quando as coisas estão erradas, só conseguimos pensar no que deu errado, como corrigir, o que fazer... É difícil evitar esses pensamentos. Se resolvermos colocar isso no papel, colocar pra fora, aí não é mais nosso, não nos pertence mais. Vai embora. Dá a oportunidade para surgirem coisas novas. Que venham!

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