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quinta-feira, 29 de abril de 2010

Aham, sei!


Dizem que as coisas são “assim” porque são assim mesmo. Se ele se desculpar dizendo que não poderá sair hoje à noite porque está indisposto, é porque está indisposto. Se ele estiver irritado com o trabalho, é porque está irritado com o trabalho. Se ele disser que te adora, é porque realmente te adora. Aham, sei! O problema é que nós mulheres não nos contentamos só com as palavras: estamos atentas a todos os sinais do queridão.

Ele telefonou inesperadamente no meio da tarde. Tava todo animadinho, falando pelos cotovelos. Um entusiasmo além da conta. “Mas que felicidade toda é essa?”. “Nada, to alegre só”. Só? Aham, sei.

Ele mandou uma mensagem de manhã cedo, mas foi bem seco, não tinha nem “beijos” no final. Ela telefonou pro trabalho dele, mas ele nem prestou atenção no que ela falou. Só dizia “sim”, “não” e vários “tá”. Teria ele ficado monossilábico? Mordeu a língua? Dor de garganta? Ela não se agüenta e pergunta o que está havendo. E ele veio com um “Nada, tudo tranqüilo”. Aham, sei!


Existem certos sinais que só nós mulheres temos a capacidade de perceber. Mudez repentina, ansiedade incomum, alegria excessiva, distração súbita, bocejos repetidos e opa, de onde saiu essa olheira? E porque tá tão bem vestido hoje, vai aonde? Somos mestres em traduzir esses comportamentos. Interpretar certos gestos, atitudes e silêncios incomuns é com a gente mesmo!

Eles disfarçam muito mal. Se ele está felizão demais, é porque alguma coisa que ela ainda não sabe – mas vai descobrir, ah se vai! – aconteceu. Se está calado demais, é porque está escondendo alguma coisa. (aiii será que ele quer terminar?). Se ele está carinhoso demais, só pode ser consciência pesada (o que esse safado anda aprontando, hein!?). Se mandou flores então, é porque está querendo alguma coisa. Eles dizem que é tudo coisa da nossa cabeça. Aham, sei!

Nós mulheres somos generalistas demais, eu reconheço. O mundo não gira ao nosso redor e nem tudo que acontece temos que interpretar como um “sinal dos céus” enviado especialmente pra gente. Mas é muito difícil não ficar alerta com qualquer pequena alteração. Somos mais inseguras num relacionamento, é fato. Mas fazer o que se eles não nos passam segurança?

Os homens não podem dar espaço pra muitas dúvidas. Caso contrário, é desconfiança na certa. Bons moços? Aham, sei.

domingo, 25 de abril de 2010

Politicamente correto não!


Já cansei dessa história de politicamente correto. Onde está o direito de agir com maldade, de ser sarcástico? De poder realizar pequenas vinganças pessoais? E de onde tiraram essa idéia de que não podemos mais agir errado? Esse é um direito intrínseco do ser humano.

Esse mundo regido pelas falsas impressões está indo longe demais; é muita hipocrisia por metro quadrado. Por que não podemos rir quando alguém tropeça? Quem foi que disse que devemos ser condescendentes com os erros dos outros? Cadê o direito de sermos desagradáveis de vez enquanto ou de especular a vida alheia? Por que precisamos usar uma linguagem neutra, cheia de cuidados pra não ofender ninguém?

A linguagem politicamente correta é pseudodemocrática, ou seja, ridícula. Acobertar ideologicamente pelo discurso é camuflar o problema em vez de resolvê-lo. Dar nomes “bonitos” nada mais é do que fazer parecer “menos feio”. Assim, "morrer" é "ir a óbito"; "favela" se torna "comunidade carente"; e "pobreza", "exclusão social". Afro-descendentes – não mais negros (como se isso fosse algum problema) – vão a salões especializados em "cabelos étnicos". Na linguagem corporativa, chefe virou "líder" (bah!), e empregado agora é "colaborador" (bah!²).

Muitas vezes, a manipulação ideológica se oculta sob um manto de boas intenções. Além disso, a língua é um poderoso instrumento de persuasão e manipulação. Afinal, “dominar pessoas por meio de discursos é mais conveniente do que manter um soldado em cada esquina”.

Isso tudo é perigoso. Uma pessoa politicamente correta se considera tolerante, porém não pratica a tolerância. Os manipuladores do “politicamente correto” preparam a situação de forma ideal para as operações de desinformação. E, assim, aos poucos, todo o mundo compartilhará a mesma “pseudo-opinião” pública fabricada para consumo universal, que acabará por aceitar qualquer tipo de ação, mesmo que seja sem escrúpulos.

Agir de forma politicamente correta nada mais é do que censurar. Chega!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

A audiência (?) do Fantástico


A audiência (?) do Fantástico

O Fantástico, desde o seu surgimento nos anos 70, sempre foi líder absoluto de audiência. Porém, nos últimos anos, esse painel já não se configura mais assim. O programa vem perdendo a preferência dos brasileiros e começa a preocupar a sua emissora.

Há muitas teorias sobre a crise que o Fantástico vive hoje e a mais plausível nos remete ao próprio formato do programa, que há muito deixou o jornalismo sério de lado e privilegia cada vez mais o entretenimento fácil. Atualmente, a edição do programa se baseia em reportagens com alta carga de futilidade, enlatados da BBC e reality shows sem graça, caindo nessa mesmice.

Além disso, é importante ressaltar a culpa da internet nessa questão. Hoje, a tendência da informação é a INSTANTANEIDADE, e o Fantástico, como “revista SEMANAL eletrônica”, acaba perdendo a sua função. O programa, assim, acaba simplesmente repassando as notícias que ocorreram durante a semana (muitas vezes pesquisadas na própria internet e até mesmo nos “Trending Topics” do Twitter), não trazendo nada de novo.

Se não fosse suficiente, ainda é prejudicado pela guerra descarada por audiência da tv. Esse problema não se resume somente à competição na faixa horária, com o humorístico Pânico na TV ou o familiar Programa do Gugu, mas também ao fato de que toda sexta-feira o Câmera Record “quebra as pernas” do Fantástico, apresentando matérias sobre o mesmo assunto que este iria apresentar no domingo. De novo, notícia repetida, ninguém mais quer ver, pois não tem nada de "fantástico".