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sábado, 6 de julho de 2013

Sobre o fim




As primeiras vezes ninguém esquece. Ah, como são boas as primeiras vezes! O "novo", o desconhecido, bem ali na nossa frente para experimentarmos. Guardamos com muito carinho as lembranças das primeiras vezes. O primeiro encontro com uma novidade, a estranheza, o olhar diferente, a sensação que nunca tinha sido sentida. Como são únicas as primeiras vezes!

Mas o que falar sobre as últimas vezes? Elas também são boas. Talvez até melhores do que as primeiras. Então por que guardamos mais as primeiras vezes do que as últimas? Não é só o novo que é bom. O fim também é. A sensação de conclusão, de término, de fechamento, não é o fim do mundo. É simplesmente um encerramento. Que deve ser aproveitado, desfrutado na sua essência, celebrado. As últimas vezes precisam deixar saudade, um gostinho de “quero mais” e, de novo, isso não é o fim do mundo. É só o ponto final de um parágrafo que abre espaço para uma nova frase. A última vez é a primeira vez aperfeiçoada.

Prefiro entender o fim como uma nova oportunidade, um recomeço, um sinal de nova aventura. Afinal, as últimas vezes abrem espaço para as primeiras vezes. A vida é ciclo.