Rehab é um negocio complicado. A gente inicia várias
vezes achando que nunca vai dar certo. É parecido com regime: inicia toda
segunda, depois de um finde de comida farta. A gente começa sabendo que não vai
dar certo porque acha difícil lidar com nossas fraquezas. Força de vontade é
para os fortes, nunca é pra gente.
Até porque drama é com a gente mesmo. Nada como viver
intensamente. Até o limite. Afinal, qual é graça de um amor que acaba rápido?
De que adianta um amor sem sem choro, sem sentir falta?
Todo fim de relacionamento tem que acabar na rehab. A pessoa tem que se reencontrar, se
experimentar, se autoconhecer (de verdade, nada de livros de autoajuda do caixa
do Zaffari). Tem que crescer, só que de verdade. Tem que seguir adiante, só que
de verdade. Parece slogan, mas tem coisas que só uma rehab faz por você. Pra
todas as outras, existe uma alma medíocre procurando entender a essência do universo.
Aquela eternidade falsa da rehab uma hora chega ao fim. Uma
hora a gente consegue colocar tudo pra fora. Todo o medo, todo o desejo, todo o
amor, toda a agonia. Uma hora a gente consegue desabafar o silêncio.
Uma hora a gente consegue escrever as palavras novamente.
Nada como ser a prova de que tudo tem conserto, por mais longa que seja a recuperação.
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