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quarta-feira, 17 de março de 2010

Ela beijou outra



Ela beijou, ele viu.
Ela começou a tremer, ele não acreditou no que viu.
Ela tentou se justificar, ele riu.
Ela se desculpou, ele se preocupou.
Ela se declarou para ele, ele ficou confuso.
Ela implorou, ele resolveu dar uma chance a ela.
Ela sentiu-se aliviada, ele a perdoou.

Ela se sentiu envergonhada, ele não tirou a cena da cabeça.
No fundo ele gostou do que viu.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Ela beijou outro



Ela beijou, ele viu.
Ela se assustou, ele se enfureceu.
Ela ia começar a explicar, ele partiu pra cima do outro.
Ela ficou nervosa, ele se descontrolou.
Ela tentou se desculpar, ele não quis ouvir.
Ela começou a chorar, ele a fitou.
Ela tentou beijá-lo, ele a repeliu.
Ela não desistiu, ele acabou consentindo.
Ela se acalmou, ele também.

Ela lhe prometeu ser só dele, ele quis arriscar.
Ela ficou feliz, ele na verdade não a perdoou.
Ele é rancoroso.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Ele beijou outra



Ele beijou, ela viu.
Ele se assustou, ela o odiou.
Ele tentou se justificar, ela não quis ouvir.
Ele implorou, ela ignorou.
Ele se arrependeu, ela chorou.
Ele se ajoelhou, ela xingou.
Ele ouviu tudo, ela cansou.
Ele a abraçou, ela não resistiu.
Ele falou com tranqüilidade ao pé do ouvido, ela ouviu.
Ele sorriu, ela ficou pensando.
Ele beijou seu rosto, ela estremeceu.
Ele avançou, ela recuou.
Ele tentou de novo, ela cedeu.

Ele a traiu, ela perdoou.
Ela gosta dele de verdade.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Eleição e fraude


Que brasileiro não gosta de votar é mais do que óbvio, mas não entendo como ninguém dá atenção à possibilidade de fraude nas eleições. Desde que tirei meu título de eleitor, há uns cinco anos, fico me perguntando como eles vão saber se aquela que se apresentou na seção eleitoral na hora de votar sou realmente eu. O título não tem foto e não é necessário mostrar a carteira de identidade. Simplesmente ridículo. Além disso, esse “detalhe” faz com que qualquer pessoa do mesmo sexo e que tenha uma idade aproximada a que consta no título possa ir no lugar de outra, abrindo espaço para aqueles moradores do interior do interior do Brasil, que mesmo sem maldade, podem emprestar seu título de eleitor em troca de uma cesta básica ou até mesmo de qualquer vinte reais. Isso tudo, sem mencionar as centenas de falecidos que votam em todas as eleições. Cadê a legitimidade do processo?

O governo brasileiro se orgulha tanto em dizer que as urnas eletrônicas que utilizamos são um avanço na democracia do país e, com esse discurso, mais uma vez consegue enganar o povo. Ninguém me garante que, com esse sistema, os próprios mesários não possam fraudar os votos. É só assinar, digitar o número do título que eles possuem em seus cadernos e ir lá teclar a sigla do candidato na urna. Fácil, fácil.

Só agora está surgindo o sistema biométrico, que vai trazer mais segurança e finalmente garantir a legitimidade do eleitor. E mesmo que nas próximas eleições ele seja pouco utilizado, já irá representar o início dessa mudança no processo eleitoral.

E como nem tudo é perfeito, e a minha desconfiança nunca é pequena, continuo com dúvidas a respeito da contagem dos votos, pois hoje ele não passa de um registro eletrônico na memória de um computador, sem que seja possível recontá-los ou realizar qualquer tipo de auditoria. Deve ser porque aqui quase não tem fraude e corrupção.

Eleição moderna e inauditável, só no Brasil.