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domingo, 9 de outubro de 2011

Amor bagunceiro




A vida corrida é boa, mas como todo bom relacionamento precisa ser pausado para colocar alguns pingos nos is de vez enquanto. 

Eu levanto da cama no meio da noite e vou procurar meus chinelos e surpresa! Piso em cima de alguma coisa estranha. Depois do susto, consigo perceber que é uma colher com restos de doce de leite da brincadeira da noite anterior. Ei colher, como foi parar aí? Já pra pia da cozinha.

Chegando na cozinha, peraí... O que aconteceu por aqui? Louça espalhada pra todos os lados, a frigideira no chão, guardanapo dependurado na geladeira, as frutas pelo jeito resolveram apostar corrida de madrugada. Não lembro, mas parece que todas as coisas de cima da mesa foram empurradas pro chão. Tem resquícios da noite passada em cima da cadeira. Só quero ver quem vai limpar tudo isso aí.

Abro a geladeira e as surpresas simplesmente não param. Pelo menos achei minha pulseira, mas como ela foi parar na gaveta dos legumes eu não faço idéia. Agora nada mais me surpreende. Ticket do cinema no fogão? Ok. Havaiana em cima de pia? Talvez eu consiga me acostumar com isso. Mas só talvez. Não quero nem olhar a sala.

Calcinha pelo chão (culpa dele), roupa atirada no sofá (culpa minha), calma aí, quem tirou todos os dvds da estante? Os três notebooks sem bateria, uma lâmpada roxa (?) quebrada, onde é que está a outra cadeira? Parece que eu tô morando no filme se beber, não case.

É, a vida dá voltas. Pra quem defendia todas as formas de amor, ainda não tinha descoberto o amor bagunceiro. Lado bom: acho evidências desse sentimento bom por todos os lados. Não tem como fugir ou fingir não ver.

No nosso amor, a mesa da cozinha serve como palco, o sofá da sala como trono, a cama é o nosso set, o chão é o nosso país. E os meus braços são o teu território.

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