“Eu devo admitir que você não
fazia parte do meu livro. Mas agora, se você abri-lo e der uma olhada você é o
começo e o fim de cada capítulo.”
Eu gosto de escrever e dessa
liberdade que só a escrita me dá. Eu faço uma escolha minuciosa das palavras
que compõe a minha vida. Eu gosto de escrever a minha história uma página de
cada vez, sem pressa, tentando evitar os erros. Sou autora da minha própria
história. E sou uma grande escritora.
A história é minha e quem
manda sou eu. Nunca aceitei que alguém escrevesse por mim, nem precisei de
editor ou corretor, e jamais permiti nenhum tipo de censura ou intromissão. Eu
me escrevo, me invento, reescrevo, reinvento, abro e fecho aspas. Ponho ponto
final onde bem entendo e, se preciso for, “puxo uma perninha” e transformo o
ponto em vírgula. Se necessário, apago, escrevo por cima, rabisco, viro a
página, faço nota de rodapé.
Sou como um bom livro, cheio
de surpresas, reviravoltas, de agradável leitura e que exige ser manuseado
corretamente. Sei emocionar como ninguém, dar prazeres inenarráveis, marcar vidas
alheias e deixar saudades eternas. É, nasci para ser best-seller, não pra ficar
pegando pó numa biblioteca qualquer.
No capítulo atual, a minha
história ganhou um outro personagem. Ele surgiu assim como quem não quer nada,
foi ganhando espaço e agora já faz parte de mim, da minha vida, da minha
escrita. No início achei que seria só mais um coadjuvante, mas este se
desenvolveu e me conquistou de vez. Não tem mais corretivo que apague ou
borracha que altere. É que ninguém consegue fugir da sua própria história.
Eu não sei quais serão as
cenas dos próximos capítulos, ou se vão ser boas ou ruins. Isso já não depende
mais de mim. A minha história já não é mais só minha, agora escrevo em
co-autoria.
Nossas histórias estão tão
envolvidas que já fazemos parte de um livro único. Não tem mais jeito, tu estás na
minha história, assim como eu estou na tua. Agora é “mãos à obra”,
literalmente. Vamos continuar escrevendo essa história, escolhendo
cuidadosamente as palavras, pensando melhor as cenas, excluindo os vícios de
linguagem.
Baby, usa aquele lápis novo,
todo colorido, que eu te dei. Deixa o apontador do lado, que só estamos
começando. Vamos escrever imaginando que todas as pessoas têm um marca-texto na
mão e que estão loucas para sublinhar nossas melhores partes. Vamos lá, vamos
abusar das mensagens subliminares, das entrelinhas e do negrito. Vem nos
escrever comigo.