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segunda-feira, 12 de julho de 2010

Escrevendo amor



Sempre gostei de bons filmes. E bom filme pra mim é aquele que tem um bom diálogo entre os personagens. Gosto de Almodóvar e Woody Allen; gosto de cinema europeu e argentino. Muitas vezes, os melhores filmes são os subjugados, os excluídos, os que não são caros, os que não têm as melhores produções, os que não têm os melhores atores. Tudo bem que a fotografia de um filme ajuda bastante, mas isso é outra história...

Ontem vi um filme simples, sem grandes (ou nenhuma) pretensões. Nem consigo categorizar. Uma espécie de comédia romântica, eu acho. Do tipo que nunca gostei. Mas essa conseguiu me comover. E tenho vergonha por isso. É uma historinha boba, o texto é piegas demais. Acho que me conquistou pela simplicidade mesmo. O nome do filme é “Escrevendo amor”.

A história é baseada em um (quase) casal, um escritor e uma editora. Ambos estão em busca das palavras perfeitas, das palavras que vão responder as incertezas da vida, das palavras que vão consertar tudo. O filme mostra pessoas que não sabem lidar tão bem com pessoas, com a vida, com decisões e usam as palavras para buscar essas respostas.

Preciso reconhecer que me identifiquei muito com a personagem da editora. Era uma ótima leitora. Sabia ler nas entrelinhas, fazia ótimas interpretações do que lia, sabia analisar uma pessoa como ninguém a partir de seus textos. Tinha a agressividade de quem lida melhor com palavras do que com pessoas.

O filme não é tudo isso. Mas super recomendo pra quem está de férias e gosta de palavras. Segue abaixo algumas poucas passagens do filme.

“[...] Esqueça os pensamentos, preocupe-se com as ações, o protagonista tem que fazer alguma coisa, alguma coisa ousada, um ato de valentia, perigosa, alguma coisa como... escrever, o que poderia ser mais difícil do que expressar seus pensamentos e sentimentos mais profundos no papel? O herói pode escrever uma história. [...] O momento é crucial, enquanto a heroína contempla a futilidade de sua existência sem amor [...]”.

“[...] Ela está desesperada, inconsolável. A maioria dos textos só diz besteiras, mas quem pode saber melhor isso do que a pessoa cujo dom é ler o que esta por trás das palavras, as minhas palavras [...]”.

“[...] As decisões têm que ser simples, não, tem que ser satisfatórias, isto é romance, exige um grande gesto romântico [...]”.

“[...] Só quando somos impulsivos é que somos honestos com a gente? [...]”.

“[...] Às vezes, “vulnerável” pode ser muito confortável [...]”.

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