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sábado, 19 de junho de 2010

Apaixonada



Queridos leitores, preciso muito compartilhar o meu método para saber se uma pessoa está apaixonada ou não. É um procedimento meio primitivo, utilizado há muitos anos, sem restrição de idade, mas que nunca falha. Não exige muita técnica, nem oferece maiores riscos. Aposto que muitos de vocês já conhecem, ou pelo menos já fizeram uma vez na vida. É divertido!

Calma, já faço fim ao mistério. Estou me referindo ao bom e velho despetalar de margaridas. O famoso bem-me-quer-mal-me-quer. Falei que era simples! Os que não estão apaixonados acham uma tentativa babaca, e já vão parar de ler o texto por aqui mesmo. Porém, os que estão de alguma forma guardam esse sentimento dentro de si, com certeza esboçaram um leve sorriso na frente da tela. Muitos devem ter se lembrado de um momento do passado, talvez na infância, em que aqueles gestos faziam total sentido.

A questão está justamente no ato. Quem não está apaixonado, não vê graça nenhuma, nem repara em flores. Já quem, quando enxerga uma margarida logo pensa em realizar o ritual de arrancar pétala por pétala, é porque está acometido desse sentimento. Só o fato de pensar em fazer bem-me-quer-mal-me-quer já revela o que está acontecendo com aquela pessoa.

Pois bem. Estava eu, voltando para casa, dia desses, quando passei em frente a uma residência com um lindo jardim cheio de margaridas. Qual não foi o meu pensamento ao avistar tantas flores! Corri em direção a elas, olhei furtivamente para os lados, escolhi “bem escolhido” o meu alvo e arranquei sem dó nem piedade.

(Não queria estragar a romanceada que dei na situação, mas preciso contar que nesse meio tempo é óbvio que nem tudo foi tão legal. A idiota aqui conseguiu arranhar a mão na cerca de arame farpado da casa onde se encontravam as flores. Mas dá nada, quando casar, sara!)

Então, mesmo sangrando (tá, sem romancear tanto) contemplei aquela flor – a minha flor, a qual tinha escolhido especialmente para a ocasião e me arriscado perigosamente para consegui-la – como se fosse cúmplice do que eu estava prestes a fazer. Logo comecei a arrancar petalazinha por petalazinha, pensando em quão bobo era aquilo, já quase me arrependendo, até que chegasse ao fim. Sem piedade, puxei a última parte ainda presa à peça, pensando “eu já sabia!”.

O resultado? Bem-me-quer!

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