No fundo, eu sempre me importei.
Me importava porque sabia que ele
também se importava. A gente sempre foi importante um para o outro, não tinha
porque ser diferente agora. Aí eu resolvi não me importar muito, com medo de acabar
me importando demais. Tudo isso porque achava que ele estava começando a se
importar mais do que deveria. Não posso negar que me importei com o fato de ele
estar se importando demais e, por isso, lhe disse que não precisava se importar
tanto. Então ele começou a não se importar. Ou melhor, porque se importava
comigo, resolveu fingir que não se importava.
Só que essa falta de importância
dele me preocupou. Será que com o tempo ele vai se acostumar com a
desimportância e não vai mais se importar comigo? Será que eu devo me importar
com isso? Eu não quero me importar com alguém que não se importa comigo. E
isso, de uma certa forma, já quer dizer que eu me importo.
Tá certo que estou vivendo uma
fase de me priorizar, mas isso não significa necessariamente que eu não me
importe com outras pessoas. E o fato de eu ainda me importar com quem não devo,
significa que eu preciso que se importem comigo.
No fim das contas, não acho que
seja importante saber se nos importamos um com o outro ou não. Essa não é a
questão. Porque, no fundo mesmo, a gente se importa. A questão aqui é quantitativa. O
quanto cada um se importa de verdade com o outro. E o quanto queremos ser
importantes um para o outro.
Tu me achas interessante, apesar
do meu ar desinteressado. Eu te acho interessante, apesar do jeito
interesseiro. Tu me achas importante, mas tem necessidade de me tratar como
descartável. Eu te acho descartável, mas não vejo motivo pra descartar sem
importância. Tu tens um jeito de se importar como quem não se importa. Eu tenho
um jeito de não me importar me importando.
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