Essa história de direitos
iguais no relacionamento é besteira. Quem será que inventou tamanho absurdo?
Deve ter sido um cara muito inseguro, que não entende nada de (seus)
sentimentos. Esse papo de direitos iguais deve ser herança do “politicamente
correto” que hoje rege (e só atrapalha) as relações.
Não entendo porque alguém não
pode ter mais privilégios do que o outro, porque um não pode ser mais mimado,
não pode ser mais livre. Relacionamento não precisa (nem deve) ser olho por
olho, dente por dente. Porque
relacionamento não é toma-lá-dá-cá.
Nem todo mundo pode as mesmas
coisas, nem todo mundo é igual. E essa é a graça do mundo, meus amores. É na
diferença que aprendemos sobre a vida. Não podemos tentar ser quem nós não
somos, não adianta nos submetermos a uma coisa que não condiz com os nossos
princípios. Porque o amor não tem regra, tem entendimento mútuo.
Quem ama tolera o jeito de
ser do outro. Quem ama tanto pode obedecer, como pode mandar. Um pode amar mais
do que outro, sem problemas. Não é pecado, não. Aliás, no amor não existe
pecado, pecado mesmo é não amar. Essa história de que “o que vale pra um também vale
pra outro” derrota qualquer tentativa de fazer uma relação dar certo.
Relacionamento é saber dar
vantagens ao outro, sem exigir nada em troca. É saber deixar o outro ir na
frente, sem vergonha de ficar para trás. É não se importar que o outro
tenha mais privilégios. Relacionamento é não se sentir no prejuízo ou menos
amado porque a outra pessoa pode mais.
Numa relação deve-se ter prazer em fazer concessões. Afinal, estamos dando aquilo que tanto a outra
pessoa quer. Porque fazer uma concessão é diferente de fazer um acordo. Nós que amamos não
precisamos de motivo para amar, não temos necessidade de fazer nenhum acordo ou negócio para
nos sentirmos bem. Porque o amor, queridos, só ele já basta.
Se eu tiver direito à licença
poética, digo que um relacionamento é igual a uma orquestra. Toda relação precisa
ser regida por um maestro, uma pessoa à frente para indicar o caminho, qual a
próxima nota a ser tocada. É claro que a beleza da melodia compete a todos os
envolvidos, mas para que isso aconteça, alguém precisa ditar o ritmo a ser
seguido. É preciso colocar amor em cada movimento para que a música contagie.