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domingo, 10 de julho de 2011

Amor em Paris




Foi passar 15 dias na França como musa inspiradora de um escritor incompreendido pela crítica. Ele passa a maior parte do tempo dentro do quarto do hotel, que tem vista da janela para a Torre Eiffel; intercala seus olhares entre a garota e a tela do notebook. Ela passa o dia deslumbrada, pensando na vida e no amor. Sua única preocupação é se mostrar interessante e útil para o escritor, no bom sentido.

Ela, cheia de vida, tenta tirar ele, que parece ter medo do mundo, de dentro do quarto. Propõe um passeio um ao livre, para abrir os pensamentos e arejar as idéias. Ele, mostrando-se relutante, no fundo, adorou a idéia. Ela lhe enchia de vontade, de coragem, de ânimo, de alegria. Ela falava pelos cotovelos, perguntava sobre tudo. Ele não entendia tudo o que ela dizia, mas adorava o seu jeito de ser.

Tendo a Torre Eiffel como pano de fundo, ela o fez deitar na grama e, quando ambos admiravam o céu, o questionou:
- Paris é uma cidade romântica, chega a ser clichê de tão romântica. Os casais vêm pra cá pra viver um grande amor... É, isso... Viver um amor ao pé da Torre Eiffel. Talvez até dançar na beira do Sena.
- Tu andas assistindo muitos filmes, guria. Ou andas lendo muita porcaria.
- Será que as pessoas não podem vir para Paris esquecer um grande amor? Tipo, será que existe o efeito contrário?
- Nunca vi ninguém vir para Paris para se desapaixonar. Talvez pra se apaixonar por alguém novo, mas nunca pra se desapaixonar.
- Mas será que não dá? Passar um tempo longe de tudo, num lugar que inspirador... Será que o coração não volta mais leve, menos agoniado?
- Talvez seja possível... Mas só se a intenção da viagem não for exatamente essa, se acontecer por acaso. Se a pessoa vem pra Paris pra esquecer um grande amor, é capaz de voltar para casa mais apaixonada ainda.
- Não me diz isso...
- Desculpa, talvez eu esteja enganado. Mas eu acho que a pessoa volta se sentindo melhor, apaixonada ou desapaixonada. Acho que quem vem pra Paris aprende a não se apaixonar pela pessoa errada.
- Promete?

Ela tinha muitas perguntas porque precisava de certezas. Ele tinha muitas incertezas e muitas perguntas. Eles não sabiam, mas Paris tinha todas as respostas.

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