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domingo, 25 de abril de 2010

Politicamente correto não!


Já cansei dessa história de politicamente correto. Onde está o direito de agir com maldade, de ser sarcástico? De poder realizar pequenas vinganças pessoais? E de onde tiraram essa idéia de que não podemos mais agir errado? Esse é um direito intrínseco do ser humano.

Esse mundo regido pelas falsas impressões está indo longe demais; é muita hipocrisia por metro quadrado. Por que não podemos rir quando alguém tropeça? Quem foi que disse que devemos ser condescendentes com os erros dos outros? Cadê o direito de sermos desagradáveis de vez enquanto ou de especular a vida alheia? Por que precisamos usar uma linguagem neutra, cheia de cuidados pra não ofender ninguém?

A linguagem politicamente correta é pseudodemocrática, ou seja, ridícula. Acobertar ideologicamente pelo discurso é camuflar o problema em vez de resolvê-lo. Dar nomes “bonitos” nada mais é do que fazer parecer “menos feio”. Assim, "morrer" é "ir a óbito"; "favela" se torna "comunidade carente"; e "pobreza", "exclusão social". Afro-descendentes – não mais negros (como se isso fosse algum problema) – vão a salões especializados em "cabelos étnicos". Na linguagem corporativa, chefe virou "líder" (bah!), e empregado agora é "colaborador" (bah!²).

Muitas vezes, a manipulação ideológica se oculta sob um manto de boas intenções. Além disso, a língua é um poderoso instrumento de persuasão e manipulação. Afinal, “dominar pessoas por meio de discursos é mais conveniente do que manter um soldado em cada esquina”.

Isso tudo é perigoso. Uma pessoa politicamente correta se considera tolerante, porém não pratica a tolerância. Os manipuladores do “politicamente correto” preparam a situação de forma ideal para as operações de desinformação. E, assim, aos poucos, todo o mundo compartilhará a mesma “pseudo-opinião” pública fabricada para consumo universal, que acabará por aceitar qualquer tipo de ação, mesmo que seja sem escrúpulos.

Agir de forma politicamente correta nada mais é do que censurar. Chega!

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