Minha eterna admiração pelos maridos que passam
bronzeador nas suas esposas. Parabéns àqueles que, mesmo depois de anos de
relacionamento, não perderam o hábito de espalhar o protetor solar no corpo de
suas amadas, preservando todo o cavalheirismo que uma relação duradoura exige.
Que sorte dessas mulheres!
Como é bom ver um casal que não perdeu os costumes lá do
início do relacionamento. Porque um rapaz jovem passando protetor na sua
namoradinha é comum, praticamente uma obrigação. Mas um cara não tão novo, não
tão em forma, com sua virilidade hesitante, que conhece o corpo da sua mulher
de olhos fechados, passar loção solar no corpo da sua esposa, que já não é mais
o mesmo da juventude, não é pra qualquer um, infelizmente.
O que eles não sabem, acho que nem desconfiam, é que esse
tipo de homem é extremamente desejado pelas mulheres mais jovens. Primeiro,
porque um ato de cavalheirismo nos dias de hoje conta muitos pontos. Segundo,
porque sempre é bonito ver um homem protegendo a sua mulher – nem que seja do
sol. Quando vemos um cara maduro passando protetor em sua companheira de longa
data em vez de olhar as gatinhas de biquíni, a luzinha da inveja começa a
piscar incessantemente. Aquela mulher achou um cara que preste e todas
gostariam de estar no seu lugar.
O fato de o cara passa protetor solar em sua esposa diz
muito a respeito do relacionamento deles. Quer dizer que são um casal feliz,
seguro, e que não é qualquer coisinha que vai abalar a relação deles. São
maduros. Ele sabe que ela pode conseguir coisa melhor do que ele. E ela sabe
que ele vai olhar para as outras menininhas com biquínis pequenos e corpos
afrodisíacos. Mas ambos não vão criar confusão por causa disso. Ela nunca vai
lhe dar motivos pra desconfiar, assim como ele sempre vai passar segurança o
suficiente para que uma simples olhadela não se torne motivo de
desentendimento.
Eles são felizes porque o tempo lhes ensinou a relevar. Relevar
as marcas da idade, o desejo de um corpo jovem, uma espiadinha na grama do vizinho
ou a vergonha de já não ser mais o mesmo(a).
A partir de agora, a primeira pergunta que faço num
encontro é se ele vai continuar passando bronzeador pelos próximos, no mínimo,
vinte anos.