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Como todo início de ano, tentamos cumprir as promessas do réveillon, sendo que a principal, geralmente, é a de arrumar um novo amor. Assim, vamos pra praia e passamos por cinco estágios de vida: o sonhador, o esperançoso, o experimental, o desesperador e o descobridor.
No primeiro, o sonhador, estamos entusiasmados com a possibilidade de encontrar alguém especial. Nos tornamos pessoas fáceis, de conversa agradável, usamos todos os nossos truques de conquista e não temos medo do que vem pela frente. De uma hora pra outra, nos tornamos pessoas confiantes e desfilamos pelas areias do litoral “avaliando” as possibilidades.
No segundo estágio, o esperançoso, algo mais palpável começa a surgir. Trocamos alguns telefones, dispensamos aqueles que nos pareceram impróprios, uma amiga apresentou um amigo, marcamos encontros mais sérios, trocamos alguns beijos e talvez até alguma coisa a mais. E, finalmente, fazemos a nossa escolha.
No terceiro estágio, o experimental, no qual colocamos à prova o nosso pretendente. Engatamos um romance de cinema, desfilamos de mãos dadas pelo calçadão, exibindo o querido e o bronzeado. O cenário ajuda, e a disposição para fazer dar certo também. É carinho pra lá, beijinho pra cá, felicidade geral.
Aí vem o quarto estágio, o desesperador, que é quando, um belo dia, acordamos e entramos em pânico ao perceber que tudo está dando muito certo. Desconfiamos que “tá bom demais pra ser verdade” e começamos a duvidar da lealdade do parceiro e - pra nossa tristeza – quase sempre estamos certos. Afinal de contas, é praia, e ninguém é de ninguém.
O quinto e último estágio, o descobridor, é aquele em que abrimos os olhos pra realidade, e vemos que arrumar um novo amor pro resto do ano é mais complicado do que parece, pois todo amor de verão vem junto com um pé-na-bunda de verão. É a hora em que, pensando bem, chegamos a conclusão de que ficar sozinho pode não ser tão ruim. Nos damos conta de que o amor de praia é passageiro, assim como a estação do verão, e que foi bom enquanto durou. Ano que vem tem mais.
Nunca vi um desses que tivesse durado mais do que o tempo do verão. Acredito que boa parte das pessoas tem medo do relacionamento, do compromisso. Esse medo e a possibilidade, pra não dizer certeza, de que vai acabar, resulta em uma entrega e um esforço para que as coisas deem certo, já que durarão pouco tempo. É um esforço rápido, e porque não, recompensante; tão raso e fútil que o vento cobre de areia.
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