As primeiras vezes ninguém esquece. Ah, como são boas as
primeiras vezes! O "novo", o desconhecido, bem ali na nossa frente
para experimentarmos. Guardamos com muito carinho as lembranças das primeiras
vezes. O primeiro encontro com uma novidade, a estranheza, o olhar diferente, a
sensação que nunca tinha sido sentida. Como são únicas as primeiras vezes!
Mas o que falar sobre as últimas vezes? Elas também são
boas. Talvez até melhores do que as primeiras. Então por que guardamos mais as
primeiras vezes do que as últimas? Não é só o novo que é bom. O fim também é. A
sensação de conclusão, de término, de fechamento, não é o fim do mundo. É
simplesmente um encerramento. Que deve ser aproveitado, desfrutado na sua
essência, celebrado. As últimas vezes precisam deixar saudade, um gostinho de
“quero mais” e, de novo, isso não é o fim do mundo. É só o ponto final de um
parágrafo que abre espaço para uma nova frase. A última vez é a primeira vez
aperfeiçoada.
Prefiro entender o fim como uma nova oportunidade, um recomeço,
um sinal de nova aventura. Afinal, as últimas vezes abrem espaço para as
primeiras vezes. A vida é ciclo.